O Vasco da Gama tomou medidas legais contra a 777 Partners, acionista majoritária da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube, entrando com uma ação cautelar na 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A ação, que está sob sigilo judicial, busca garantias financeiras para assegurar a saúde da SAF e é fundamentada no artigo 477 do Código Civil.
Contexto da Ação Judicial
A diretoria vascaína, liderada por Pedrinho, alega possíveis sinais de insolvência do grupo americano, exigindo garantias de que a 777 Partners continuará cumprindo suas obrigações financeiras. Além disso, o clube solicita o afastamento de Josh Wander e Steven Pasko, sócios da 777 Partners, do Conselho de Administração da SAF. As preocupações aumentaram após acusações de fraude contra a 777 Partners em um processo nos Estados Unidos, lançando dúvidas sobre sua capacidade de gestão.
Situação Atual das Ações da 777 no Vasco
Até o momento, a 777 Partners possui 31% das ações da SAF do Vasco, enquanto o clube detém 30%, conforme o acordo de acionistas. Os 39% restantes estão comprometidos com aportes previstos para setembro de 2024 e setembro de 2025. O maior aporte, de aproximadamente R$ 300 milhões, está previsto para este ano. Em 2023, a SAF do Vasco registrou um prejuízo de R$ 123 milhões, conforme balanço recentemente divulgado.
Potenciais Compradores
Mesmo em meio a conflitos, há interesse na compra da participação da 777 Partners no Vasco. Entre os potenciais compradores estão uma empresa do grupo Crefisa, patrocinadora do Palmeiras, e o Fenway Sports Group, proprietário do Liverpool. No entanto, a Crefisa negou qualquer intenção de comprar a participação no Vasco, com a presidente Leila Pereira reafirmando essa posição publicamente.
Notificações e Preocupações Jurídicas
O departamento jurídico do Vasco já havia emitido duas notificações extrajudiciais à 777 Partners. Uma solicitava garantias para o aporte de setembro e a outra mencionava um possível descumprimento da Lei das SAFs e do acordo de acionistas devido a uma potencial mudança na gestão da empresa americana. Embora a 777 tenha regularizado um pagamento de R$ 110 milhões em outubro de 2023, o atraso inicial gerou desconfiança.
Declarações dos Dirigentes
Felipe Carregal Sztajnbok, vice-presidente jurídico do Vasco, expressou sua preocupação com a capacidade financeira da 777 Partners. Em uma entrevista recente, ele relatou uma conversa com Josh Wander, que classificou as preocupações como “especulações”. Apesar disso, a diretoria do Vasco permanece cautelosa e busca alternativas para garantir a estabilidade da SAF.
Perspectivas Futuras
A ação judicial visa proteger o Vasco de possíveis consequências da insolvência da 777 Partners, buscando alternativas para manter a gestão eficiente da SAF. O clube continua a explorar outras opções de investidores para garantir a continuidade dos projetos esportivos e administrativos.